2010/06/23

12.º Lés-a-Lés em R1200GS Adventure

Por: Rui Viegas Gago

O facto de nunca ter feito um Lés-a-Lés foi motivação suficiente para me ter inscrito neste passeio, prova ou como a queiram classificar. A outra motivação, que afinal seria a principal, foi a companhia. Um fim de semana em boa companhia a fazer muitos, muitos, muitos quilómetros de moto por estradas secundárias por este nosso país era motivo suficiente para se esperar um grande fim de semana, o que, de facto, se veio a verificar.
Por ser um estreante no LaL não possuo qualquer termo de comparação com edições anteriores sendo que por esse motivo as minhas sensações referem-se unicamente a este "12.º Lés-a-Lés Faro-Sintra-Porto", sem conhecimento do passado!

Não gosto de grandes multidões por isso não tinha grandes expectativas e foi assim que abordei o dia das verificações técnicas e do prólogo.
Comecei logo um pouco desmoralizado já que este dia zero foi essencialmente um dia muito chato onde esperamos horas a fio ao sol para quase ao final do dia (no meu caso) fazer cerca de 40 ou 50 kms a rolar quase sempre em grupo contínuo. Não fosse a companhia dos que estão connosco e dos que encontramos por lá, seria mesmo entediante!
Ainda assim, independentemente da frustração deste dia zero, deu para juntar uma série de amigos que se deslocaram ao Algarve para este LaL e para passar um final de dia e início de noite entre amigos e o balanço acaba por ser positivo.

Na primeira etapa Faro-Sintra juntámos o grupo que iria andar sempre próximo e saímos bem cedo para um dia que se esperava longo e cansativo. Após umas poucas dezenas de quilómetros pelo barrocal e pela serra algarvia, iniciámos o percurso "todo o terreno". Óptimo para mim que gosto bastante de andar fora de estrada! Deu para nos divertirmos um pouco, não mais devido à enorme quantidade de motos que se agrupavam em quase todos os cruzamentos, entroncamentos ou travessias de cursos de água. Ainda assim achei um percurso demasiado duro para um passeio que não sugere restrições nem impõe limitações nem ao tipo de veículos nem quanto à experiência aos pilotos que se inscrevem. Neste troço da serra algarvia, por exemplo, tinha passado uma semana antes o rallye de portugal o que o deixou quase intransitável para motos sem aptidão para fora de estrada. Prova disso mesmo foi o abandono da RT do Lami com o filtro de óleo rasgado e a recusa de um grande numero de pilotos de motos "não trail" em fazer o referido percurso.

Com os fatos e as motos bem sujas, carregados de pó que se entranhava em todo os locais fizemos uma primeira paragem para nos refrescarmos já que apesar de ser bem cedo o calor da serra algarvia e alentejana já se fazia sentir.

A partir daí, curvas e mais curvas até à hora do almoço. Quanto ao percurso, sinceramente, até agora não me tinha impressionado nada pela beleza. A seguir ao almoço, mais curvas e chegada à zona de Santo Estêvão e Benavente onde, aí sim, pudemos passar em locais muito interessantes, quer pela paisagem rural quer pela travessia urbana de uma ponte "pedonal" e respectivo passadiço. Daí até Sintra foram "apenas" três horas e cerca de 150kms.

Chegados a Sintra com uma voltinha bem interessante pelo Parque Natural Sintra-Cascais e estava acabada a primeira etapa.
Bem acolhidos em casa de amigos e depois de uns mergulhos/banhos retemperadores era hora de jantar entre amigos num local calmo e muito acolhedor.

O segundo dia, Sintra-Porto, começou novamente bastante cedo e entre estradas e estradinhas lá nos fomos afastando de Sintra em direcção a Rio Maior, às Salinas Naturais de Rio Maior, local onde fizemos a primeira paragem do dia. Este sim, um local impressionante pela sua beleza! Depois de uma breve visita às salinas retornámos à estrada e daí até à Serra de Aire e Candeeiros onde voltamos a ter alguns quilómetros de estradão junto ao Parque Eólico. Aqui novamente a paisagem natural marca a diferença!!! Desta zona rumámos em direcção a Fátima e daí à Lousã onde almoçámos.

A Serra da Lousã proporciona sempre sensações diferentes, num momento está sol e no seguinte nublado, no outro sol e logo de seguida nevoeiro cerrado. Calor e depois frio... Muito interessante a sensação que nos provoca!
Daí ao Porto foi um saltinho... pelo menos para mim! que as Francesinhas do "Capa Negra II" estavam impacientemente à nossa espera... ou seria o contrário!!!

Quanto ao evento em si, muito sinceramente ficou aquém das minhas expectativas. Em 1200 kms ter-se-iam encontrado sítios muito mais interessantes do que aqueles por onde passei. Creio que terá sido mais uma prova de resistência das máquinas e dos pilotos que um passeio moto-turista. Uma referência especial para os participantes em motos clássicas, vespas e motorizadas pela resistência que eles e as máquinas demonstram bem como uma referência à sua simpatia que em cada ultrapassagem e cruzamento era evidente.

Não digo que não gostei nem que não volto a participar, mas não simpatizo com o formato que foi apresentado este ano, essencialmente pelo elevado numero de participantes e pelo rigor imposto nos horários nos controlos. Circulamos grande parte do tempo em caravana tal era a quantidade de motos a rolar nas estradas por onde era suposto passarmos.
Fiquei com a certeza que este formato de Lés-a-Lés é vocacionado para motos trail e à circulação aos pares ou em grupos muito pequenos, nunca mais de quatro ou seis motos, e obriga a uma disciplina enorme no ritmo a que se circula e nos tempos das paragens que é obrigatoriamente muito curto.
Quem estiver em sintonia com este formato certamente que se irá divertir! O que a meu ver dificulta ou mesmo inviabiliza esta situação é o elevado numero de participantes que impedem que se consiga circular isolado.
Com cerca de 1300 motos na estrada é quase impossível não rolar em caravana e, infelizmente, não são raras as situações de falta de civismo de alguns participantes o que dificulta sobremaneira a tarefa!

O regresso a casa fez-se entre amigos com mais quilómetros por auto-estrada do que seria desejável mas não sem antes fazer uma paragem técnica perto de Leiria para reabastecer... os estômagos e a alma no templo dos leitões... ou melhor... no "Restaurante Pinto".

Em suma, para mim foi um Lés-a-Lés um pouco alternativo mas um fim de semana muito bem passado!














































Ida à Costa Vicentina, a solo!

Por: Rui Viegas Gago

A segunda metade da semana tinha-me "convencido" a ir à Costa Vicentina no sábado ou domingo, a solo, bem, a solo não, só os três, Eu a Pendura e a GSA.
Não combinei nada com ninguém pois ia ser uma ida sem programa, sem um destino muito claro e sem horas nem para ir nem para regressar.
Ainda assim comentei com alguns amigos qualquer coisa como: "este fim de semana não posso porque vou dar uma volta e fazer umas horas de esplanadas na Costa Vicentina"...

Isto em conjunto com um email "provocatório" do Sérgio na sexta feira ao fim do dia em que propunha isso mesmo, coincidência!!! vamos almoçar à Carrapateira e... estava lançado o mote!

Em breves instantes havia gente irrequieta, depois "inscrições" e de seguida um grupo já definido!!!

Não se consegue ir sozinho a nenhum lado... IRRA!!! :-)))


Ponto de encontro em S. Brás de Alportel à entrada da Serra do Caldeirão. Saída em direcção ao Barranco do Velho pela EN2 e daí em Direcção a Salir, Benafim, Alte e Messines de Baixo onde nos encontrámos com os restantes desassossegados que vinham do Barlavento. Já com o grupo completo saímos pelo IC1 em direcção a S. Marcos da Serra para daí seguir em direcção ao Alferce e Monchique. De Monchique rumamos a norte de modo a encontrar o caminho, alcatroado ou não, mais longe para chegar a Aljezur!
Paragem técnica em Aljezur porque já eram horas do almoço e não havia nada combinado e... rumámos à Carrapateira para o restaurante "Sítio do Rio" onde a ementa se centrou no peixe não sem antes passar pelos "Pollicipes pollicipes" também conhecidos como "Percebes", "Perceves" ou mesmo como "Understands" :-)))

Após o almoço começou o regresso em direcção à "Aldeia da Pedralva" e daí por "maus caminhos" até ao Burgau onde conseguimos fazer uma refrescante pausa.

Como já não era cedo e havia programa para a noite em Tavira, depois de algumas "desistências" lá terminámos viagem já só com três motos, pela sempre (des)agradável e "ainda sem portagens" Via do Infante!

Uma coisa é certa, vou continuar a fazer destes passeios a solo!!!