Faro; sexta-feira; 18h00. Partida do Algarve em direcção à capital. Viagem agradável, a uma velocidade de passeio, por Estrada Nacional até Alcácer, com o tempo agradável até pouco antes de entrar na auto-estrada. Chuva e algum granizo frontal, que deu uma cor especial a este trajecto.
Lisboa; Sábado; 8h00. À hora marcada e no ponto de encontro definido, lá estávamos, preparados para um fim-de-semana organizado por uns amigos, com o mote de andar de moto, apanhar algum frio, se possível neve, e sobretudo passar uns bons momentos entre pessoas conhecidas, com o gosto das motos e das viagens em comum. Viajámos de véspera, já que as 8 horas do ponto de encontro e os quilómetros a fazer desaconselhavam sair de madrugada do Algarve.
O novo auto-colante itinerancia^errante
Face à distância a percorrer e ao grande grupo – quase 30 motos – a auto-estrada foi a opção mais racional, que nos levou até Coimbra e dali iniciámos a parte mais agradável do percurso do dia, por Estradas Nacionais. O primeiro ponto intermédio deste itinerário foi o Resturante 3 Pipos, em Tonda (concelho de Tondela). Reunimos no estacionamento do restaurante com quem veio do Norte do país. Recomendo o restaurante. A comida, o espaço, as estradas para lá chegar e não menos importante, a simpatia da gerência e dos funcionários. Uma sala bem quente, não só da companhia, mas igualmente da lareira da grande sala que ficou reservada apenas para o nosso grupo.
Paragem técnica para abastecimento
A fachada do restaurante “3 pipos”
Depois do almoço, seguimos para o nosso alojamento, bem no meio da Serra da Estrela, que deu o mote ao passeio. A poucos quilómetros de Seia, a meio caminho da torre, está a Albergaria Sra. do Espinheiro, que nos acolheu e nos alimentou nessa noite. Mais uma refeição das boas.
As vinhas do Dão
Antes do pequeno-almoço, saí à rua para fotografar o cenário que aqui vos deixo: um manto de neve imaculado, cobria tudo – motos incluídas. Só o negro do asfalto reluzia, já que horas antes os limpa neves tinham feito o seu trabalho e tornado a estrada perfeitamente transitável.
O grupo deste fim-de-semana de neve
Saímos novamente para a estrada, depois de retirarmos a neve acumulada em cima das motos. O cenário era especial, considerando que é muito pouco habitual associarmos motos e neve num mesmo passeio.
A caminho da torre, bem no pico da Serra da Estrela, fomos fazendo a subida, com uma pequena pausa a meio.
Um dos incansáveis “Road Leaders”
Uma “moto” esquisita
Chegámos à torre, por ali estacionámos e aproveitámos o tempo. Um grande nevoeiro abafava a serra. A temperatura do ar variava em função do lado da montanha, da maior ou menos exposição solar, mas foi variando entre os -1º e os -5º, que foi a mínima que a minha moto registou. Considerando a reduzida velocidade a que íamos, não cheguei a sentir frio. Houve quem tivesse. Ainda nos juntámos no ponto mais alto com o nosso amigo Pedro, que veio directamente de Lisboa, de madrugada, para acompanhar a “recta” final deste grande fim-de-semana.
Iniciámos a descida da Serra até ao restaurante Casa do Ermitão, Mangualde, mesmo ao lado da imponente Ermida de Nossa Senhora do Castelo. A descida fez-se por caminhos inusitados, sempre limpos e com um cenário indescritível. Foi pena ter ficado sem a bateria da máquina mais pequena, que vai sempre ao meu pescoço. Não fosse isso, teria fotos espectaculares para compartilhar. Felizmente que ainda existem algumas tiradas de dentro de um dos três carros que acompanhavam este grupo.
O imponente Vale Glaciar
A subida até à Ermida de Nossa Senhora do Castelo foi uma experiência muito interessante. Apesar de algum receio de gelo na estrada, logo que a confiança ficou reposta, foi muito agradável deitar a moto nas curvas ladeadas de neve. Chegados ao largo da ermida, conseguimos enchê-lo com as (julgo que) 27 motos.
As casas de pedra por ali respiravam a sobriedade das terras altas e frias, mas ao entrarmos no restaurante, fomos novamente agraciados com uma bela refeição e mais umas horas de convívio.
Mangualde; domingo; 17h00. Iniciámos a descida, não sem antes fazer uma pequena paragem técnica para lavar as motos. Melhor, remover o sal acumulado um pouco por todo o lado, mas sobretudo na parte de baixo das motos.
Um agradecimento especial à equipa que organizou, testou, liderou e nos mimou durante este magnífico fim-de-semana na Serra da Estrela.
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