2010/02/01

Passeio das amendoeiras em flor [2009-1-31]

Por: Jorge Lami Leal

O dia não começou cedo. Afinal, era domingo. Mas a vontade de dar uma volta de moto era muita. Já não andava desde o princípio do mês... a pendura desde o final do ano passado. O percurso: nada de muito rígido e definido, apenas algumas ideias tinham ficado no ar. Definido mesmo estava o pequeno-almoço em Tavira, na Pastelaria Veneza, que sempre nos recebem como se estivéssemos em casa. Ponto de encontro: 9h30m. Dali tínhamos a hipótese de rumar até Faro, pelo barrocal, ou subir para o lado contrário… sem stress, nem destino que não o caminho.



Quando o dia começou, não imaginávamos que passaríamos perto do entroncamento para um estradão até Marrocos e outro para a Califórnia, tudo isto numa única manhã. Mas foi mesmo assim!

[O grupo no entroncamento para Marrocos]


[Califórnia à esquerda]


O dia estava agradável. Nem frio, nem calor. O ideal. O sol mal conseguia espreitar por entre as nuvens, quase compactas. Mas tudo o resto estava alinhado para uma bela manhã. E foi!

Saímos de Tavira pela EN125, depois de atestar alguns depósitos de combustível. Saímos logo que possível da “nacional”, virando em direcção à ribeira da Almargem. Passamos uma pequena ponte romana, onde a maré ainda chega e influencia o caudal que lhe corre por baixo. Dali pela mata de Santa Rita, Bemparece, Faz Fato, Beliche… o objectivo era Cachopo: aldeia perdida entre o barrocal e a serra do Caldeirão, onde sobrevive a custo o resto do Algarve antigo. Voltaremos cá um dia, para darmos a conhecer melhor esta aldeia tão típica.

Entretanto, numa das várias paragens, ainda sem a fome a apertar, mas já com a barriga cheia de andar de moto, enquanto discutíamos a possibilidade de seguir até Mértola, para um petisco daqueles que são feitos com peixe de rio, lá acertamos agulhas para Almodôvar, com os belos cogumelos selvagens (e mais qualquer coisa) em mente.


As pequenas pontes sobre riachos, outras maiores sobre ribeiras, foram-nos acompanhando e passando por baixo. Como que alpondras monumentais.

[Alpondras]



De Cachopo fomos pelas Mestras, Santa Cruz, Dogueno… até à capital do cogumelo: Almodôvar. Como vem sendo habitual, o proprietário do Restaurante D. Dinis deu-nos um tratamento “5 estrelas”… mais do que descrever os sabores, do que discorrer sobre os aromas que o alho e o bom azeite emprestam aos cogumelos selvagens, ou como a textura das migas estava no ponto, ou até como a cor do molho de vinho tinto de alguns bifes estava pungente e aveludado ou, ainda, o sabor extra que os camarões imprimem à carne… melhor que tudo isto, são as seguintes fotos, mais reveladoras. Resta apenas imaginar o sabor.

[Cogumelos selvagens]


[Medalhões com camarão]
[Bife com molho de vinho tinto e cogumelos]

[Migas com carne de porco]

Tudo isto foi antecedido por uns cogumelos selvagens ao alho... e acompanhado por duas garrafas de um divertido e bem-humorado vinho tinto da região do Douro. Boa conversa com bons amigos, boa vida e momentos para recordar e repetir!


Com a vontade de descansar e recarregar baterias para mais uma semana de trabalho, regressamos ao Algarve litoral, mas desta vez por um percurso mais “técnico” – a estrada do Barranco do Velho – até São Brás de Alportel foram curvas e contracurvas e contra as contracurvas às curvas e mais curvas, tantas curvas – e que curvas –, que de tantas que são, até a visão nos turva…

Depois de uma última paragem, mais uma reconfortante conversa de amigos. Dissemos os nossos “até à próxima” e seguimos para casa.

Onde será “a próxima”?

4 comentários:

Unknown disse...

Excelente o dia que passamos, as estradas de interior que percorremos e a gastronomia que provamos. Na realidade, o Alentejo é uma região de excepção pois são tantos os caminhos que já percorremos e, mesmo assim, conseguimos sempre ficar maravilhados com estes passeios.
É claro que a companhia é sempre, pelo menos, meio caminho andado para que tudo corra na perfeição.
Obrigado aos meus companheiros de estrada.

Jorge Lami Leal disse...

Vamos já começar todos a pensar onde vamos a seguir... e sexta não conta!! :-p

Rui V. Gago disse...

De facto, a companhia é meio caminho andado... mas a gastronomia! Ai a gastronomia... A gastronomia é que nos move por entre a amizade e as curvas! ;-)

Sandra Lami Leal disse...

De facto, foi o meu primeiro passeio do ano. Já tinha saudades!!!

Soube mesmo bem as curvas, as paisagens, a comida e, claro!, a companhia. Só não pensava ir até Marrocos... mas, vá lá, até não era muito longe.

O regresso foi mais atribulado... mas, já estou à espera do próximo.