2010/02/03

Pinguinos 2010 - Valladolid [2/3]

Por: Rui Viegas Gago

ETAPA 2 – ESTAMOS LÁ

2010.0109

Depois de uma noite retemperadora que uns passaram a rir, outros a falar, uns a dormir e outros a ressonar… lá nos reencontrámos para o dia D.

D de Pinguinos, pois claro, que a temperatura teimava em não se aproximar dos zero graus, na noite anterior terá chegado perto dos dez graus negativos.

Assim, com quatro graus negativos mas com um sol de invejar, o dia começou com um passeio pela Região Vinícola de Ribera del Duero pelo vale do Douro Espanhol.

As paisagens deste Douro marcam a sua diferença relativamente ao Douro Português já que os vales abruptos que nos habituámos a ver por cá dão lugar a longos planaltos escassos em vegetação onde os grandes nevões, os ventos gélidos e as rigorosas tempestades que lhe dão carácter, em conjunto com o seu clima seco e árido durante o verão formam um clima igualmente único numa região famosa pelos seus vinhos de grande qualidade. Nesta região cultiva-se essencialmente a uva tinta da casta “Tempranillo”. Esta casta, conhecida em Portugal por Aragonês ou Tinta Roriz, é responsável pelas características e qualidade únicas dos vinhos desta região.

E que bons que são…

O objectivo era rolar pela região vinícola de Ribera del Duero até um dos municípios que precisamente integram esta região de Castilla y León. Em Peñafiel visitámos o “Castillo de Peñafiel”, castelo (que entre 983 e 1013 esteve na posse dos Mouros) que data do século X onde actualmente está instalado o “Museo Provincial del Vino”

Este edifício de planta rectangular, com cerca de 210 metros de comprimento por 20 metros de largura é dividido pela torre de menagem que cria assim dois pátios, um a norte e outro a sul de maiores dimensões, este último onde actualmente se localiza o edifício do museu do vinho.

Após a visita guiada ao castelo, ao acesso à cobertura da torre de menagem onde pudemos sentir na pele o impiedoso clima da região e a visita ao museu, e já a pensar no almoço, seguimos em direcção a Tudela del Duero em busca do dito repasto. Sem qualquer esforço, já que nos “agarraram” em plena rua no centro da vila, chegámos ao “Restaurante Aida” onde nos sugeriram o “pincho de lechazo”.

Sugestão aceite, o que em conjunto com os vinhos de Ribera del Duero que nos foram dando a provar em conjunto com o serviço e simpatia exemplares fizeram desta refeição mais uma a não esquecer.

Como a tarde já ia longa e ainda estávamos à mesa, antes que se fizessem horas de jantar, era altura de sair em direcção ao recinto da concentração de inverno dos Pinguinos 2010 para visitar e perceber o ambiente que leva tanta gente ano após ano a voltar ao local.

Primeira impressão. É uma concentração igual às outras e até para mim que nunca tinha estado numa concentração de motos isso se tornava óbvio.

Grupos de amigos, de gente conhecida ou apenas visitantes faziam o recheio deste recinto que em conjunto com um palco onde já se ensaiavam os acordes para a noite, dos stands de material e equipamento, merchandising e barracas de comidas compunham este local de encontro.

Não é nem boa nem má (nem antes pelo contrário, como diria o artista). É um encontro de gente que partilha afinidades. Para quem se revê é boa, ao invés de quem não se identifica que não percebe o que motiva as pessoas que lá estão. As condições são precárias, isso é um facto, o recinto não é particularmente bonito mas isso não parece desmotivar quem volta todos os anos.

Para nós estava visto! Agora era hora de regressar ao hotel, estacionar as motos e seguir a pé pelo centro histórico de Valladolid à procura de um local onde se pudesse fazer mais uma daquelas refeições que nos ajudam a suportar o frio!

Restaurante “Los Zagales” foi onde experimentámos as tapas da região acompanhadas de mais bons exemplares de Ribera del Duero, tinto, pois claro…


1 comentário:

Unknown disse...

A forma como tens feito as tuas crónicas está a deixarme com vontade de regressar ao Pinguinos em 2011.