2010/02/10

Fui testar a BMW R1200 GS de 2010

Por: Jorge Lami Leal

Com a minha RT na manutenção dos 10.000 km, para ficar no ponto para a viagem deste fim-de-semana até Ronda, o responsável das vendas BMW Motorrad de Faro teve a gentileza de me fazer uma surpresa e meter nas minhas mãos a novíssima BMW R1200 GS. A ideia era “dar-me” a RT de 2010 mas, por causa de uma questão técnica, levei mesmo a GS.

Não quero fazer um artigo técnico sobre a moto, não tenho conhecimentos (nem interesse) para isso, apenas vontade de partilhar algumas sensações que me foram transmitidas nos quilómetros que fiz com ela. Chegou-me com pouco mais de 140 km feitos, pelo que não pude testar na sua plenitude, já que se encontrava em rodagem.

Isto das motos tem muito mais de paixão do que de razão… por isso, por muitos caracteres que possa aqui escrever sobre esta moto, ou qualquer moto, vão sempre existir pessoas que não gostam nada, gostam menos ou muito mais do que eu. Mesmo os que nunca andaram numa. Por isso aqui fica a minha opinião pessoal e descomprometida. Só isso.

O motivo pelo qual tenho BMW’s é “apenas” pela qualidade de construção, fiabilidade, manutenções menos frequentes face à concorrência (aos 10.000 km em vez dos habituais 6.000 km), segurança, segurança, segurança, autonomia e design. Existem detractores desta marca. Daqueles que já experimentaram fazer mais de 1.000 km num só dia com uma moto BMW, aceito a opinião… dos outros nem por isso.


Em conversa com alguém que pilota motos de pista, em provas do campeonato de velocidade, que faz track-days, para além de estrada, dizia-me que nunca na vida teve interesse pelas BMW. Até ao dia em que foi “forçado” a experimentar uma, especialmente o boxer 1200. Ficou adepto da marca e deste motor tão original e diferente. Estas são as experiências que considero relevantes. Quem não gosta, não tem interesse, depois experimenta e…

O que dizer então da BMW R1200 GS (com o novo motor de 2010)?

Para quem anda com motos que pesam acima dos 250 quilos, esta, que pesa em torno dos 200, é diferente, sente-se bem os quilos a menos (e os 10 cavalos a mais). Achei-a interessante, mas um pouco mais próxima de um brinquedo, tal é a facilidade em curvar ou ziguezaguear pelo trânsito, ou acelerar… nem parece que tem um bloco de 1200 c.c. tão leve e equilibrada que parece.

A grande diferença reside no motor. Tudo o resto é idêntico ao modelo de 2009. Este DOHC, que agora chega ao motor boxer, traz, de facto, mais alma à GS. A sonoridade, que em passeios curtos é muito agradável, até viciante, torna-se eventualmente menos confortável nos trajectos mais longos, depois de centenas de quilómetros de estrada. Mas, ainda assim, gostei dela, especialmente do “som” (adorei!)

A GS trava muito bem! Tem uma maneabilidade acima de qualquer outra moto que já conduzi, tirando a GS Adventure, mas acaba por ser a mesma moto, com a diferença de alguns ferros e depósito.


A BMW R1200 GS é a moto indicada para alguém que aprecia ou precisa de polivalência, mas que não faz grandes viagens. Para isso, dentro deste segmento, a BMW apresenta a R1200 GS Adventure, mais indicada para viagens, sobretudo pela maior autonomia e protecção aerodinâmica. Esta é, aliás, um dos pontos fracos desta GS, pelo menos para quem vem “mal” habituado da RT. O vidro é demasiado pequeno para permitir aquele conforto de que necessitamos para percorrer quilómetros e mais quilómetros. Não é que esta não os faça, só que com o equipamento que vem de origem (vidro, etc.) não torna a viagem tão confortável como gostaríamos.


Em termos de consumos, andei entre os 4 e os 5 litros. Mais para os 4 que para os 5 litros, semprre em Estrada Nacional. Antecipo uma moto económica.


Uma nota especial aos punhos aquecidos. A posição normal parece-me bem indicada para o nosso clima. Uma evolução relativamente ao modelo anterior, ou uma afinação mais eficaz.


Como moto de cidade, ou para fazer uns estradões de terra, para umas tiradas rápidas de auto-estrada… é uma grande moto! Com um vidro mais alto, se não nos importarmos de parar mais vezes para atestar o depósito, pode ser um excelente compromisso… mas… por mais uns Euros, a GS Adventure é uma solução que me agradaria mais.


Voltando à questão do brinquedo, ao rodar o punho ao de leve, as prestações estão lá, o som rouco a sair do escape lembra um leão aprisionado no motor e que quer sair, tal é o rugido. Estas duas características são importantes e justificam só por si este upgrade do motor Boxer 1200. Honestamente, se tivesse uma GS dos modelos 1200 anteriores, não a trocava já. Esperava pelo próximo eventual aumento de cilindrada e geometria de motor. Mas se estivesse mesmo na hora de trocar… esta GS é uma boa opção!

Em resumo, a BMW R1200 GS é uma espécie de canivete suíço das motos! Dá para tudo!!

3 comentários:

Rui V. Gago disse...

O facto é que não deve ser nada fácil melhorar estes modelos. Estão num nível qualitativo, na minha modesta opinião, claro, que torna qualquer alteração num risco.
Esteticamente mantém-se muito semelhante, ou mesmo igual! o boxer ficou mais ruidoso, foi só o que consegui comprovar até agora...

Jorge Lami Leal disse...

Tivesses marcado a manutenção duas semanas depois e tinhas comprovado bem mais do que o ruído... LoL

Rui V. Gago disse...

Se fosse duas semanas depois não tinha feito o test ride à K1300S...
Também valeu a pena... lol