Por: Jorge Lami Leal
A noite anterior foi de temporal. Com a partida prevista para a manhã de Sábado, bem cedo, o tempo parecia antever uma viagem molhada. E foi. Quase. Entre pouca chuva, alguma chuva e chuva torrencial, lá fizemos os quilómetros que separam o nosso Algarve do Oeste, mais concretamente da pequena aldeia do Acipreste, mesmo aos pés de Alcobaça.
Na parte inicial da viagem Faro/ Beja, o tempo esteve razoável e chegámos ao local combinado para o pequeno-almoço sem problemas de maior, precisamente para encontrar a zona de partida de um rally de carros clássicos, bem no largo da confluência da rua Cap. João Francisco de Sousa e rua de Mértola, em Beja.
Prosseguimos viagem logo após umas (indescritíveis) empadas. O temporal encontrou-nos logo à saída de Beja, em direcção a Ferreira do Alentejo, acompanhando-nos sem piedade em quase todo o restante percurso, mas sem prejudicar quer o conforto quer, na essência, o nosso ânimo e – sobretudo – a vontade de usufruir da viagem. Cada quilómetro contou. Foi curioso já que apesar das condições meteorológicas adversas, especialmente o vento forte, a moto esteve à altura e permitiu até um ritmo muito mais elevado que é nosso hábito, pois tínhamos que chegar antes da hora do almoço…
O comportamento da moto foi exemplar. Depois dos pneus Metzeler que vieram de origem, seguiram-se os Interact da mesma marca, que foram piores que os anteriores. Decidi aceitar a sugestão de um profissional e trocar por outra marca: Bridgstone BT 23 GT. Em vez de tecer grandes elogios, vou apenas referir que já não quero outros para esta moto. Ficou muito mais agradável de conduzir, segura e permite agora ir um pouco mais além em termos dinâmicos e de transmissão de confiança.
Depois de um fim-de-semana caseiro e de muita conversa colocada em dia, fizemo-nos novamente à estrada, desta vez com o beneplácito do tempo, que nos brindou com uma viagem do mais agradável e sem sobressaltos que seria expectável, face às chuvas e vento forte que se sentia ainda pela manhã. Passámos por Alcobaça, continuando de seguida para Sul.
Viajar de moto é algo que só quem gosta e faz consegue perceber e dar valor. Não são as condições menos boas de piso ou meteorológicas que atrapalham ou tiram prazer de uma viagem, antes pelo contrário, são estas que as caracterizam e fazem ficar na memória, são os cambiantes e os pequenos nadas que contribuem para que um itinerário seja sempre diferente, ainda que já o tenhamos feito vezes sem conta. Não me esquecerei deste, como de todos os outros… andar de moto é isto, é no mínimo isto. O resto só quem anda me compreenderá!
1 comentário:
Depois de quase um mês sem visitar o blog...aqui estou com dois comentários quase de rajada. É bom ir acompanhando as viagens e experiências dos amigos (embora do sofá...).
Pode ser que o tal passeio esteja para breve...
Abraço,
Pedro Bastos
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