2010/05/29

Até à Zambujeira do Mar [2010-5-29]

Por: Jorge Lami Leal

A sexta-feira tinha acabado da melhor forma, entre amigos, alguns deles que fizeram um grande desvio para partilhar connosco algumas horas de boa disposição, num largo cheio de motos desejosas de continuar a fazer quilómetros! Mesmo assim, custa sempre acordar cedo num sábado de manhã. Quase sempre. Para andar de moto não custa nada! Assim foi…



O programa tinha um carácter profissional, já que a pendura tinha um evento da sua empresa, este ano organizado no Zmar, perto da Zambujeira do Mar. Fazer o itinerário de moto foi a forma encontrada para tornar o dia mais agradável. Lá fomos…



Pensámos em várias estradas possíveis para lá chegar, mas acabámos por seguir até São Marcos da Serra e utilizar a EN 267. Em vez de seguir para Alferce, tomamos a direcção da Nave Redonda, Barranco do Inferno, Casa Nova da Cruz, Choca Nova, Espedanas… até São Teotónio. Dali ainda fomos até à Zambujeira do Mar, seguindo até perto de Malavado. Por fim lá chegámos ao Zmar Eco Resort. Estranhei a ausência de placas de direcção deste resort… nada que uma consulta no Google não resolvesse.










São Teotónio


Não tinha ainda visitado este conceito de resort de 5 estrelas, com camping, construído e mantido sob rigorosos princípios ecológicos. Isso nota-se por todo o lado. As instalações são muito boas, especialmente as zonas comuns e de lazer. Como o evento foi no espaço multiusos, não tivemos oportunidade de visitar as várias tipologias de alojamento disponíveis. Mas felizmente que o mentor deste projecto, Francisco de Mello Brayner, avançou a possibilidade de condições especiais no alojamento para a empresa… vamos ver se é concretizado!!



Se por um lado agradou-me o espaço e o alojamento tipo bungalow, todo em madeira, com energia solar, não acredito, pelo menos para já, que a opção de tenda ou caravana seja agradável, face ao calor que ali se regista com facilidade, assim como a ausência de sombras. As árvores estão plantadas e estou convencido que, daqui a uns anos, este espaço será de facto muito interessante também para acampar. Mas ainda não me parece que seja nos próximos 10 anos.



Em termos de infra-estruturas, a piscina descoberta e a coberta, aquecida e com ondas, estão bem conseguidas e são muito agradáveis, assim como genericamente tudo o resto que visitei.

Ao longo da estrada interior da propriedade existem valas, por onde passamos com os veículos, que obrigam a molhar as rodas. Não gostei da inexistência de alternativa para motos e bicicletas, estas últimas que até se podem alugar neste resort, apesar de ser transitável, requer uma velocidade extremamente baixa e um grande cuidado para evitar a lama na roupa.



Chegada ao Zmar Eco Resort


Uma das estranhas valas








Outra vala


Depois do evento… regressámos pela EN120 até Baiona. Depois da ponte sobre a ribeira de Odeceixe, já no Algarve, virámos à esquerda em direcção à Zambujeira de Baixo. Foram provavelmente uns 30 km em estradões de terra, apenas interrompidos por uns dois ou três de asfalto. Foi uma aventura fazer o percurso numa BMW R1200 RT, uma moto de turismo, devido aos buracos e pedras soltas existentes ao longo de todo o percurso, não era um típico estradão de piso relativamente “limpo”. Apesar de cansativo, face à velocidade média bastante reduzida, assim como à atenção que mereceu, considerei uma experiência interessante e a paisagem bem diferente da que estamos habituados. Foi alternativo! Fomos ter ao concelho de Monchique e, muitas curvas e contracurvas depois, estávamos na sede de concelho. Já demasiado cansados do calor, das curvas e do estradão, descemos a serra em direcção a Portimão, seguindo até Faro, pela Via Infante.



Foi um itinerário diferente e que ficou na memória… nota mental: GSA






A ponte para o Algarve


O início da aventura na “terra”













Depois de chegar a casa e cair no sofá, só tive forças para ir novamente para cima da moto depois das 23 horas, encontrei-me com um amigo numa lavagem automática, também ele com uma BMW R1200 RT, e seguimos, depois de estarem a brilhar, até à Pousada de Estoi, onde estavam os nossos amigos e umas dezenas de motos BMW, em mais um evento do BMW Motoclube Portugal. Mas isso é um outro texto, de outro autor… com mais fotos! Foi um fim-de-semana em grande!!

Venham mais assim!

2010/05/22

Até à Ericeira... e depois [2010-5-17 a 21]

Por: Jorge Lami Leal



Existem viagens que se planeiam e outras que nem por isso. Como ainda não tinha trocado o pneu da frente da RT, porque queria saber quantos quilómetros fazia, fui deixando andar… mas como gosto de estar preparado, embora o piso do pneu ainda revelasse possibilidade de fazer mais uns passeios, resolvi encomendar um pneu da frente, e pagá-lo logo para quando precisasse. Os passeios têm-se sucedido a um bom ritmo e estar preparado para as eventualidades é algo em que acredito.



Há uma semana e pouco atrás dei um passeio sozinho, de algumas centenas de quilómetros, apenas dois dias depois, quase por acaso, dei outro. As hipóteses existentes para este último eram levar a outra moto, que não me estava a apetecer levar para as curvas de Monchique, não fazer o passeio de sábado de todo, ou, fazê-lo e esperar conseguir que a oficina onde tinha o pneu “em stock” o trocasse na segunda-feira, o mais cedo possível. Assim foi, com um simples SMS ficou combinado para segunda-feira, logo às 9h. Esta é a eficiência e disponibilidade que caracteriza a HCR e que tanto aprecio nas empresas. Se outras fossem também assim. Antes das 10h já estávamos na estrada para uma aventura a 2, de 5 dias e 1.124 km.



Tínhamos, uns tempos antes, pensado subir ao Porto, depois, passar também em Coimbra, mas no fim optamos por estabelecer uma base num local central, para depois percorrer alguns quilómetros num raio mais ou menos alargado, conforme a disponibilidade e vontade sentida na altura. Nada estava por isso programado, a não ser o itinerário para lá chegar.



Escolhemos uma bela e calma vila do concelho de Mafra – a Ericeira – para quartel-general destes 5 dias, mais concretamente no Hotel Vila Galé da Ericeira, com um quarto com vista mar, onde se podia ouvir, sempre que deixávamos a janela aberta, o relaxante som das ondas do mar a rebentar contra as rochas… edílico.



Segunda-feira

Faro – Beja – Évora – Montemor-o-Novo – Muge – “perdidos” – Ericeira

Os objectivos definidos passavam por aproveitar uma estrada que utilizamos com pouca frequência, optando por passar o Tejo em Muge, precisamente na Ponte Rainha D. Amália, que para além de ser muito interessante, foi projectada por Gustave Eiffel, levava-nos bem adentro do coração ribatejano. Fizemos mais de 500 km para chegar à Ericeira, pois andámos um pouco perdidos – até nos vimos confrontados com uma segunda transposição do Tejo, novamente para a margem Sul, desta vez pela Ponte de Vila Franca para, uns metros à frente, inverter a marcha, de novo para Norte do Tejo e rumo ao nosso destino. Enfim…

O calor era tal que pouco antes de passar o Tejo, em Salvaterra de Magos, parei numa Estação de Serviço e literalmente reguei as calças e as mangas do casaco com água, para arrefecer. Funcionou, pelo menos por mais uns quantos quilómetros. Que falta me fez o casaco de Verão!!

Depois de feito o check-in, fomos até um restaurante que costumamos “visitar” quando estamos por estas paragens e comemos muito bem, logo a marcar o bom ritmo e qualidade das refeições deste passeio… todas elas excelentes!




Cuba, Alentejo 








Alvito, Alentejo
















Évora











Castelo de Montemor-o-Novo























Casa Cadaval - Herdade de Muge


As armas dos Duques de Cadaval




A Ponte Rainha D. Amélia







Ericeira




Terça-feira

A vida na Ericeira corre lenta. O ritmo abranda e nós também. Tirámos a manhã para calcorrear a vila a pé, almoçar um peixe grelhado e, depois, fomos pela serra de Sintra até Colares, para um dedo de conversa com um amigo, a que por acaso se juntou outro e, depois, outro ainda. Foi a tarde à volta de uns travesseiros na Casa do Preto a conversar sobre viagens e culturas diferentes, sobretudo do médio oriente... abriu-nos o apetite para uma viagem que começou a formar-se nas nossas cabeças… pela Grécia e Turquia. Talvez para 2011, quem sabe.



A vista da "nossa" janela
































Sentido único para o Atlântico 

























Pois é! Nome estranho para uma localidade








Quarta-feira

No final do dia anterior pensámos que subir até Peniche podia ser uma boa ideia. Deixámos a decisão final para o pequeno-almoço do dia seguinte. Lá fomos.

No caminho, conhecemos o castelo de Torres Vedras, que podia estar em melhores condições. Esta parte do país, apesar de existirem locais muito bonitos e que merecem sem dúvida passarmos por lá, não tem das melhores estradas, pois são alguns quilómetros de asfalto, logo interrompidos por localidades, normalmente pouco interessantes. As povoações estão descaracterizadas, fruto de uma arquitectura descuidada ou inexistente, feia e sem gosto. Ao chegarmos à Atouguia da Baleia, tudo mudou. Estacionamos mesmo em frente a uma igreja ao estilo barroco, a Real Capela de Nossa Senhora da Conceição, dali fomos a pé até uma esplanada, para refrescar.

Pouco depois “apareceu” um amigo, que nos levou a conhecer o seu “quintal”. Fomos até ao farol do Cabo Carvoeiro, passando pela praia do Baleal. Pouco depois chegámos a Peniche para um robalo para três, daqueles que quase dava saltos no prato, de tão fresco que estava.
A seguir visitámos o emblemático forte de Peniche e… regressámos à Ericeira, desta vez pelas praias de Santa Rita e Santa Cruz, beneficiando de uma “climatização” muito agradável, logo que começámos a descer em direcção ao mar.





Quem diria que passaríamos em Gibraltar!

As portas d'armas do Castelo de Torres Vedras






Atouguia da Baleia



Praia do Baleal











Farol do cabo Carvoeiro
A entrada em Peniche












A torre da igreja que mais parece um minarete




Quinta-feira

Acho que passámos pela moto estacionada umas duas vezes, quem sabe três… nem pensar em pegar nela. Não só pelo calor que se fez sentir neste dia, mas porque a quinta-feira foi reservada para relaxar, apanhar sol e absorver o máximo da calma que conseguíssemos…




Sexta-feira

Como tudo o que é bom acaba, lá nos fizemos à estrada. Saímos da Ericeira pouco antes da hora de almoço, direitos a Sintra. Dali, passando Colares, seguimos para a estrada do cabo da Roca, mas não viramos para lá, antes, seguimos até ao Guincho e, pouco depois, pela estrada da Boca do Inferno, até à Marina de Cascais, onde almoçámos e fizemos um pouco de esplanada, para fugir ao intenso calor que se fazia sentir. Fomos até Lisboa tratar de um assunto pendente e voltámos para trás, até Miraflores, onde nos “estabelecemos” umas horas numa esplanada local, até reunirmos com mais um amigo, que nos levaria, um pouco mais tarde, ao último objectivo destas férias: um jantar de Sushi e Teppanyaki, com mais de 20 amigos, pensando que no máximo às 22h30 estaríamos a regressar para o Algarve. Até nem correu mal… entre a comida e, antes, durante e depois, a conversa, levou-nos a sair já depois das 00h. Chegámos tarde a casa (ou cedo, depende da perspectiva), mas nada cansados. Sobretudo satisfeitos com esta semana. Boas estradas, muito boa comida e algum descanso à mistura.

E a Marginal continua a ser uma estrada adorável, especialmente com pouco trânsito!



Sintra









Azenhas do Mar

 






Cascais






















Sábado

Logo lavo a moto amanhã…