Quem tem medo do Lobo Mau? [2010-03-28]

Por: Francisco Coelho

Canis Lupus Signatus

Foi este o lema para a “volta” do passado 28 de Março … é verdade – O Lobo – o nosso Lobo Ibérico.
A ideia e desafio partiram do Ricardo, mais um errante que já há algum tempo é voluntário no CRLI, o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico, nosso destino e cuja visita seria nosso objectivo.

Ponto de encontro, cedo, na bomba de gasolina do Ramalhão, perto de Sintra, onde se juntaram as cerca de 10 motos e respectivas tripulações.
As saudações do costume, de quem já não se encontra faz tempo e partilha dos mesmos gostos. Tempo para abastecer, para o cafézinho da praxe e até para um saltinho à bela queijada de Sintra da Casa do Preto.

Lá seguimos então com o Ricardo no papel de Road Leader, logo seguido pela sua companheira. Casal castiço este, ele monta uma GS1150 com um grande depósito de 40 e tal litros (a Gorda), ela monta uma GS1200 vermelhinha (a Lingrinhas) e as “Lobinhas” à pendura, as duas filhas de tenra idade (vou-me abster de colocar aqui as idades por motivos legais, mas é mesmo tenra idade … LoL).

De Sintra em direcção a Pêro Pinheiro e depois o velho percurso saloio até perto de Mafra.
E é por essas bandas, na zona do Gradil, mais propriamente na Quinta da Murta – Picão que se situa o Centro de Recuperação do Lobo Ibérico. O acesso é feito a partir da estrada nacional que segue para Mafra, em direcção ao sítio do Picão e posteriormente por um troço de terra batida até ao Centro (as GSs, que estavam em maioria, felizes no seu habitad, a LT como é costume não se negou a nada).

É numas instalações bem cuidadas e convenientemente inseridas na paisagem que o Grupo Lobo gere este Centro, único no país, e foi aqui que fomos encontrar o resto da “maralha” … sim porque às cerca de 10 motas correspondiam cerca de 45 participantes neste passeio.

À falta de lugares nas motas, as mamãs optaram por levar as “ninhadas” de carro o que fez com que as famílias se reunissem para a aula de biologia animal que estava para vir.

E foi assim, durante cerca de duas horas, com o São Pedro a ajudar a bióloga de serviço, num espaço e ambiente agradáveis, que tivemos uma extraordinária abordagem ao nosso lobo ibérico.

Com ele mesmo ali ao lado, ao alcance de uma festa, ficámos a conhecer os seus hábitos, habitat natural, estilo de vida e formas de reprodução, perigos que o ameaçam e futuro que se lhe almeja.

No final foi a habitual corrida às lembranças e o mais importante de tudo … a consagração dos novos padrinhos.
É verdade, pela módica quantia de 35 euros anuais, qualquer pessoa pode apadrinhar um dos 11 lobos existentes no Centro e contribuir assim para o sustento do CRLI e para apoiar o brilhante trabalho levado a cabo pelo Grupo Lobo.
Foi um sucesso … 10 motas, 10 novos padrinhos!

Mais dois dedos de conversa a aproveitar a manhã primaveril que se fazia sentir e siga, em caravana conjunta para o belo almocinho, desta vez em direcção a Negrais.

É famoso o leitão de Negrais e sendo confeccionado de maneira diferente, nada fica a dever ao seu primo da Bairrada. São vários os restaurantes em Negrais que servem esta iguaria, no entanto, também aqui “O Caneira” marca a diferença – excelente confecção, bom ambiente e um atendimento irrepreensível.

E pronto, uma sala só para nós e um grupo de famílias reunido em sã camaradagem e ameno convívio, sim porque isto das motas por vezes é só uma desculpa.

Não, não acabou por aqui … a seguir ao almoço e após as despedidas, sendo cedo e dado que a volta tinha sido curta, um grupo de “maduros” ainda resolveu ir beber um cafezinho e uma água à Praia Grande.

Ala em direcção a Sintra e nada melhor do que fazer as curvas da Serra, pelo lado da Lagoa Azul em direcção à Malveira da Serra, para fazer a digestão. Há muitos anos que não passava nesta zona, antiga etapa do saudoso Rally de Portugal e autentica romaria dos meus tempos de juventude. Em direcção ao Cabo da Roca, pela conhecida estrada que aos domingos de manhã faz as delícias dos motards da zona da grande Lisboa, de seguida Colares e eis-nos na Praia Grande.

A Praia e as esplanadas adjacentes estavam cheias, com o pessoal a vingar-se do austero Inverno que se fez sentir este ano. Mais uns trocos de conversa (… muito tem esta gente que falar LoL) e agora sim, despedidas e altura de retornar a casa que o Sol já vai alto.

No meu caso e não fosse ter perdido alguma coisa pelo caminho, segunda de mão pela estrada do Cabo da Roca em direcção a Cascais e pela bela Marginal até casa.

Os agradecimentos finais vão para o pessoal do Grupo Lobo pela manhã de Domingo que proporcionaram e em especial ao Ricardo pela excelente ideia que teve – “Keep up the good work”. Aos convivas pela boa disposição e simpatia a que já nos habituaram, obrigado por serem assim ;-) e uma última palavra de agradecimento ao meu pendura pela companhia, camaradagem e entretimento constante … obrigado amigo e que grande motard vais ser!

Que belo dia de Domingo!