Por: Jorge Lami Leal
Existem viagens que se planeiam e outras que nem por isso. Como ainda não tinha trocado o pneu da frente da RT, porque queria saber quantos quilómetros fazia, fui deixando andar… mas como gosto de estar preparado, embora o piso do pneu ainda revelasse possibilidade de fazer mais uns passeios, resolvi encomendar um pneu da frente, e pagá-lo logo para quando precisasse. Os passeios têm-se sucedido a um bom ritmo e estar preparado para as eventualidades é algo em que acredito.
Há uma semana e pouco atrás dei um passeio sozinho, de algumas centenas de quilómetros, apenas dois dias depois, quase por acaso, dei outro. As hipóteses existentes para este último eram levar a outra moto, que não me estava a apetecer levar para as curvas de Monchique, não fazer o passeio de sábado de todo, ou, fazê-lo e esperar conseguir que a oficina onde tinha o pneu “em stock” o trocasse na segunda-feira, o mais cedo possível. Assim foi, com um simples SMS ficou combinado para segunda-feira, logo às 9h. Esta é a eficiência e disponibilidade que caracteriza a HCR e que tanto aprecio nas empresas. Se outras fossem também assim. Antes das 10h já estávamos na estrada para uma aventura a 2, de 5 dias e 1.124 km.
Tínhamos, uns tempos antes, pensado subir ao Porto, depois, passar também em Coimbra, mas no fim optamos por estabelecer uma base num local central, para depois percorrer alguns quilómetros num raio mais ou menos alargado, conforme a disponibilidade e vontade sentida na altura. Nada estava por isso programado, a não ser o itinerário para lá chegar.
Escolhemos uma bela e calma vila do concelho de Mafra – a Ericeira – para quartel-general destes 5 dias, mais concretamente no Hotel Vila Galé da Ericeira, com um quarto com vista mar, onde se podia ouvir, sempre que deixávamos a janela aberta, o relaxante som das ondas do mar a rebentar contra as rochas… edílico.
Segunda-feira
Faro – Beja – Évora – Montemor-o-Novo – Muge – “perdidos” – Ericeira
Os objectivos definidos passavam por aproveitar uma estrada que utilizamos com pouca frequência, optando por passar o Tejo em Muge, precisamente na Ponte Rainha D. Amália, que para além de ser muito interessante, foi projectada por Gustave Eiffel, levava-nos bem adentro do coração ribatejano. Fizemos mais de 500 km para chegar à Ericeira, pois andámos um pouco perdidos – até nos vimos confrontados com uma segunda transposição do Tejo, novamente para a margem Sul, desta vez pela Ponte de Vila Franca para, uns metros à frente, inverter a marcha, de novo para Norte do Tejo e rumo ao nosso destino. Enfim…
O calor era tal que pouco antes de passar o Tejo, em Salvaterra de Magos, parei numa Estação de Serviço e literalmente reguei as calças e as mangas do casaco com água, para arrefecer. Funcionou, pelo menos por mais uns quantos quilómetros. Que falta me fez o casaco de Verão!!
Depois de feito o check-in, fomos até um restaurante que costumamos “visitar” quando estamos por estas paragens e comemos muito bem, logo a marcar o bom ritmo e qualidade das refeições deste passeio… todas elas excelentes!
Cuba, Alentejo
Alvito, Alentejo
Évora
Castelo de Montemor-o-Novo
Casa Cadaval - Herdade de Muge
As armas dos Duques de Cadaval
A Ponte Rainha D. Amélia
Ericeira
Terça-feira
A vida na Ericeira corre lenta. O ritmo abranda e nós também. Tirámos a manhã para calcorrear a vila a pé, almoçar um peixe grelhado e, depois, fomos pela serra de Sintra até Colares, para um dedo de conversa com um amigo, a que por acaso se juntou outro e, depois, outro ainda. Foi a tarde à volta de uns travesseiros na Casa do Preto a conversar sobre viagens e culturas diferentes, sobretudo do médio oriente... abriu-nos o apetite para uma viagem que começou a formar-se nas nossas cabeças… pela Grécia e Turquia. Talvez para 2011, quem sabe.
A vista da "nossa" janela
Sentido único para o Atlântico
Pois é! Nome estranho para uma localidade
Quarta-feira
No final do dia anterior pensámos que subir até Peniche podia ser uma boa ideia. Deixámos a decisão final para o pequeno-almoço do dia seguinte. Lá fomos.
No caminho, conhecemos o castelo de Torres Vedras, que podia estar em melhores condições. Esta parte do país, apesar de existirem locais muito bonitos e que merecem sem dúvida passarmos por lá, não tem das melhores estradas, pois são alguns quilómetros de asfalto, logo interrompidos por localidades, normalmente pouco interessantes. As povoações estão descaracterizadas, fruto de uma arquitectura descuidada ou inexistente, feia e sem gosto. Ao chegarmos à Atouguia da Baleia, tudo mudou. Estacionamos mesmo em frente a uma igreja ao estilo barroco, a Real Capela de Nossa Senhora da Conceição, dali fomos a pé até uma esplanada, para refrescar.
Pouco depois “apareceu” um amigo, que nos levou a conhecer o seu “quintal”. Fomos até ao farol do Cabo Carvoeiro, passando pela praia do Baleal. Pouco depois chegámos a Peniche para um robalo para três, daqueles que quase dava saltos no prato, de tão fresco que estava.
A seguir visitámos o emblemático forte de Peniche e… regressámos à Ericeira, desta vez pelas praias de Santa Rita e Santa Cruz, beneficiando de uma “climatização” muito agradável, logo que começámos a descer em direcção ao mar.
Quem diria que passaríamos em Gibraltar!
As portas d'armas do Castelo de Torres Vedras
Atouguia da Baleia
Praia do Baleal
Farol do cabo Carvoeiro
A entrada em Peniche
A torre da igreja que mais parece um minarete
Quinta-feira
Acho que passámos pela moto estacionada umas duas vezes, quem sabe três… nem pensar em pegar nela. Não só pelo calor que se fez sentir neste dia, mas porque a quinta-feira foi reservada para relaxar, apanhar sol e absorver o máximo da calma que conseguíssemos…
Sexta-feira
Como tudo o que é bom acaba, lá nos fizemos à estrada. Saímos da Ericeira pouco antes da hora de almoço, direitos a Sintra. Dali, passando Colares, seguimos para a estrada do cabo da Roca, mas não viramos para lá, antes, seguimos até ao Guincho e, pouco depois, pela estrada da Boca do Inferno, até à Marina de Cascais, onde almoçámos e fizemos um pouco de esplanada, para fugir ao intenso calor que se fazia sentir. Fomos até Lisboa tratar de um assunto pendente e voltámos para trás, até Miraflores, onde nos “estabelecemos” umas horas numa esplanada local, até reunirmos com mais um amigo, que nos levaria, um pouco mais tarde, ao último objectivo destas férias: um jantar de Sushi e Teppanyaki, com mais de 20 amigos, pensando que no máximo às 22h30 estaríamos a regressar para o Algarve. Até nem correu mal… entre a comida e, antes, durante e depois, a conversa, levou-nos a sair já depois das 00h. Chegámos tarde a casa (ou cedo, depende da perspectiva), mas nada cansados. Sobretudo satisfeitos com esta semana. Boas estradas, muito boa comida e algum descanso à mistura.
E a Marginal continua a ser uma estrada adorável, especialmente com pouco trânsito!
E a Marginal continua a ser uma estrada adorável, especialmente com pouco trânsito!
Sintra
8 comentários:
Mt boa crónica Jorge.
Mt bom passeio.
Mt boa surpresa a vossa.
Apareçam sempre que quiserem.
Acho que o próximo a vir cá abaixo és tu!! ;-)
E... à 1001ª curva chegámos à Ericeira!
Seria isto uma projecção do que iria ser a semana?
Felizmente, não!
Foi uma excelente semana pelo descanso, pelo "reencontro" com alguns amigos que já não víamos há algum tempo, pelo descanso, pela boa comida, pelo descanso, pelos passeios, pelo descanso :-)
E, no fim, a antecipar um jantar de sushi, um excelente passeio pela marginal. Adoro passear por ali!
Acho que já está a tornar-se uma tradição: terminar a nossa estadia na Ericeira com uma "descida" ao Guincho e passeio pela marginal, mitica marginal!
Hum... já estou a pensar nas próximas férias!
Pedro,
nós fizemos a surpresa, agora tens de retribuir com uma vinda ao nosso Reino :-)
Bjs
Não páram estes Lami's. Gostei de ver.
Boas curvas
José Manuel Cabrita
Sempre a andar! ;-)
Abraço
Very beautiful photos .... I love ....:)
Thank’s!
We have a beautiful country to travel and sightseeing, and great roads and weather most of the year!
Portugal waits for your visit!! ;-)
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