Por: Jorge Lami Leal
Cunhal de um edifício com platibandas típicas por trás (Estoi)
O dia começou com uma curta ida até Estoi, ponto de encontro para o passeio de hoje. Depois da conversa ter prolongado a hora de partida, seguimos em direcção a Lagos e Relvas, uma pequena povoação uns metros antes da Bordeira. Dali fizemos uma aproximação a Santa Bárbara de Nexe, logo subindo em direcção a São Brás de Alportel, sem chegar próximo, pois logo descemos, por um caminho entre muros de pedras e velhas alfarrobeiras, apanhando a EN125-4 em direcção a Loulé. Estava a decorrer uma prova de ciclismo, pelo que o trânsito estava bastando condicionado, forçando-nos a contornar os principais eixos de Loulé pelo interior norte. Em menos de nada estávamos a rolar na N270, que nos levou a Boliqueime.
Entrávamos pouco depois em Paderne, pela EN1175, seguindo a direcção de Tunes. Dali fomos por Algoz até Silves, passando por Alcantarilha Gare e pelo antigo Morgado da Lameira.
Pormenor da Quinta do Paço - Algoz
Entrávamos pouco depois em Paderne, pela EN1175, seguindo a direcção de Tunes. Dali fomos por Algoz até Silves, passando por Alcantarilha Gare e pelo antigo Morgado da Lameira.
Laranjal até perder de vista...
Silves. O concelho é feito de intermináveis laranjais, desde pequenas querelas às propriedades de dimensão relevante, até alguns rios são feitos de laranjais, que estão em plena floração e algumas variedades já com fruta. Sente-se no ar o seu cheiro característico, em certos troços do percurso, o fantástico bouquet a laranja, quase permitia sentir o sabor, tão aveludado que estava.
Uma vez que íamos com tempo, seguimos directamente para a barragem do Arade, pelo Enxerim. Estava cheia, a água de cor barrenta, de tanta chuva que recolheu nestes últimos meses, sem tempo ainda para estabilizar. Parámos no paredão para um dedo de conversa.
As motos: BMW R1200 GS e BMW R1200 RT
Tabuleiro do paredão da barragem do Arade
Seguimos depois para o outro lado, saindo pela margem contrária à que usámos como entrada.
Como já eram horas de almoço, seguimos para o nosso bem conhecido Recanto dos Mouros.
Ponte sobre uma "ribeira" de laranjeiras
Comemos javali estufado com bastante pão frito, favas guisadas e picanha, para além das entradas. Tudo muito bom, como sempre (só não comi picanha). No fim, apenas 12,5€ por pessoa. Agradável nos dias que correm!
Pormenor do típico telhado em caniço do restaurante
Ir a Silves sem ver o castelo de perto não seria correcto! Subimos até lá para umas fotos.
Esta é uma fortificação de origem árabe, construída, como era habitual, com a pedra disponível nas imediações. Estas são vermelhas como o fogo, conferindo um encanto especial a este monumento histórico, símbolo da ocupação almóada, dos povos que os antecederam e dos que se lhe seguiram. Ali viveram e foram senhores deste al-Gharb al-Aldaluz, a partir dali, reis muçulmanos e portugueses. É o maior castelo do Algarve, traduzindo a enorme importância de que gozou noutros tempos. Servido pelo rio Arade, chegavam até ali e dali seguiam, o necessário abastecimento das suas populações e escoava o que era produzido nas redondezas. Até há poucas décadas, a cortiça transformada nas fábricas existentes na cidade era ainda escoada por esta via fluvial. Hoje já não tem caudal suficiente para isso. Só embarcações de pouco calado ali chegam, vindas do atlântico.
Estátua de D. Sancho I - Dei Gratiae, Rex Portugaliae, Silbis et Algarbii
Pormenor da Sé Catedral de Silves
Torre sineira "nova" da Sé Catedral de Silves
Antigo Colégio de Silves (edif. setecentista)
Ao fundo, portas muçulmanas da almedina de Silves
Palacete dos Mascarenhas Grade - Viscondes de Lagoa
Pormenor do rio Arade
Ponte Velha (medieval ou romana, uma incógnita)
Um solar de frente para a cidade
O castelo de Silves e a cidade
Os "errantes" de hoje
O regresso da itinerância foi feita por entre estradas e caminhos municipais, pelo meio de laranjais, olivais e quilómetros e mais quilómetros desconhecidos… honestamente, não fazia a mais pequena ideia por onde ia, mas, com a “agulha” apontada para casa, não foi difícil dar com as estradas, que nos foram levando calmamente até outras e dessas até casa. Este Algarve feito de agricultura, sobretudo nos concelhos de Silves e Albufeira, são um contraste com o resto da região do Sol e da Praia, onde a agricultura já não é mais que uma miragem distante e quase esquecida…
Mais algumas fotos do regresso...
Os passeios são sempre perecíveis, pois nunca se repetem duas vezes, na mesma exacta forma e medida. Por muitas estradas que se revisitem, a que se volte, existem sempre elementos que as diferenciam, ajudando-nos a redescobri-las. Ainda bem!
4 comentários:
Os mouros andaram à solta!!! Bela voltinha e belas fotos...
Mouros?? Nem por isso... esses não sairam da garagem a horas!!! :-p
Pena é que estes fantásticos passeios só sejam divulgados à posteriori...
Sugiro uma "crónica de um passeio antecipado" e depois "aguentem-se" com os novos errantes...
Um abraço,
Pedro Bastos
Pedro,
Estes têm sido aqui no quintal... no próximo envio-te um e-mail! Mas vamos ter novidades... ;-)
abraço
Enviar um comentário